Tudo o que você precisa saber sobre a taxa de juros

Todos dias dezenas de notícias referentes a taxa de juros são publicadas ao redor do mundo. O que um dia já foi uma preocupação majoritária somente dos investidores  e demais profissionais que operam no mercado financeiro e afins, hoje é objeto de estudo de pessoas comuns, que querem compreender o que estão pagando, seja através de uma operação bancárias ou indiretamente quando consomem algum bem ou serviço. As taxas de juros são mais do que um elemento simples do setor financeiro, muitas das vezes são também um instrumento de regulação da economia e do mercado, os Banco centrais que o digam. Mas talvez você ainda tenha muitas dúvidas sobre esse assunto, em razão de sua amplitude e complexidade, e esteja se perguntando, afinal de contas, o que é taxa de juros? Para respondermos essa pergunta, mas explorar a definição a seguir.

Definição de taxa de juros

Taxa de juros é apelidada de “preço do dinheiro”, pois nada mais é do que uma taxa cobrada por um determinado empréstimo. O termo “taxa de juros” é utilizado em razão de uma taxa percentual do dinheiro ser cobrada. Por exemplo, 10% do valor de uma quantia que será emprestada. Quem paga as taxas de juros: Todos os indivíduos, empresas, bancos e governos que pegam uma determinada quantidade de capital emprestado, para que tenham o direito de fazer o uso de tal recurso por um período específico ou não. Já a parte que empresta o capital, recebe a quantia (taxa de juros) por não poder usar o capital durante o tempo emprestado, além de correr o risco de não receber o pagamento. Existem diversos tipos de juros.

Uma simples compra parcelada de um eletrodoméstico, de um carro ou uma casa envolve taxas de juros. Por esse motivo, estudar as taxas de juros que são aplicadas em cada empréstimo é muito importante, já que eles farão parte do valor que o indivíduo terá que pagar, que certamente compromete sua renda, portanto qualquer informação que passar desapercebida por ser algo extremamente preocupante para o futuro (principalmente para as pessoas que financiam algo com sua renda já no limite). Agora que já conhecemos a definição de taxa de juros, vamos observar um exemplo ilustrativo, porém muito comum diariamente nos bancos.

A distinção entre a taxa de juros real e a taxa nominal de juros é importante porque a primeira, que reflete o custo real de um empréstimo, é provavelmente um melhor indicador das razões para empréstimos e empréstimos. Ao final do artigo veremos esta distinção.

Exemplo prático para compreendermos o que é taxa de juros

Vamos imaginar que Pedro, um professor de História casou e sua esposa está esperando o primeiro filho, por conta da vinda do bebê, o casal entende que precisa ter a casa própria o quanto antes, já que pagar o aluguel não está barato, e que o capital investido mensalmente em um aluguel poderia custear um empréstimo bancário ou uma carta de crédito para financiar sus tão sonhada casa. Então, Pedro e sua esposa Maria decidem ir ao banco para obter maiores informações, especialmente as relacionadas a quanto eles podem pegar emprestado, já que o valor vai depender de sua renda mensal e do quanto tal renda está comprometida (o quanto de gastos o casal tem mensalmente, se já possui algum imóvel, carro ou outro ativo financeiro que comprometa uma parte significativa de sua renda).

Assim que chegam ao banco e começam a conversar com o gerente do setor de empréstimos, logo percebem que existem alguns impedimentos que tornam o empréstimo simples inviável, já que o casal possui o financiamento  de um carro ainda em andamento, que compromete cerca de 18 por cento de sua renda total. Além deste ponto importante, o casal também nota que as taxas dos juros sobre o empréstimo seriam muito elevados, cerca de 17% ao ano (exemplo hipotético) e ao fim do pagamento do empréstimo de 20 anos eles teriam pagado um valor muito superior ao valor inicialmente pegado emprestado. Então o casal descobre que existe um tipo de financiamento promovido pelo governo com taxas de juros menores, em que o perfil de ambos é compatível.

Através do empréstimo é possível pegar cerca de setenta por cento do valor total da casa emprestado, com juros a 10 por cento ao ano, ou seja, se a casa custa 200 mil reais, Pedro e Maria podem pegar 140 mil reais emprestados, e terão que pagar 14 mil reais de taxa de juros ao ano, valor que será dividido em embutido nas parcelas mensais do casal. Através deste exemplo de taxa de juros podemos observar o que são juros, e podemos também perceber que nada é gratuito, especialmente tratando se de instituições bancárias, que vivem literalmente das taxas de juros que seus usuários pagam todos os meses.

Os primeiros estudos sobre as taxas de juros

Na antiguidade

Você já teve a curiosidade de saber como surgiram as taxas de juros? Os registros mais antigos sobre os juros são datados de 2000 a.C. No império romano existiam mercados e bazares públicos em que era possível comprar sobre a obrigação de pagar determinados impostos sobre tal venda, esses primeiros impostos são datados de IX d.C. Inclusive existem registro de uma companhia que prestava um serviço especializado de empréstimos, datada em 575 a.C. Ou seja, a taxa de juros não é nenhuma novidade, e ao longo da história mundial existem relatos, documentos e registros de diversos tipos que comprovam a sua utilização. Mas é claro que a forma como os juros eram utilizados no passo não é completamente igual a maneira como tudo é feito nos dias de hoje.

Assim que o homem percebeu que existia uma conexão direta entre o capital e o tempo, os juros começaram a ser aplicados em operações de venda, e até mesmo em casos de troca (que é considerado até hoje o meio de comércio mais antigo do mundo). As etapas de acúmulo de dinheiro e desvalorização de uma moeda ou qualquer outro tipo de ativo foram aos poucos conduzindo os estudos e as práticas dos juros. Mas quando será que surgiram os primeiros estudos acadêmicos da taxa de juros? Existem registro da mesma época onde o sistema sexagesimal posicional já era utilizado. Algumas das tábuas que continham conteúdo matemático foram interpretadas como sendo possíveis soluções para  as questões legais que envolviam o comércio da época, tais como recibos,contratos, notas promissórias, juros simples e compostos, crédito e etc.

Juros real versus juros nominal

Sempre que falamos sobre juros, precisamos levar em consideração fatores como os efeitos da inflação no custo do empréstimo, já que tais elementos possuem um grande peso nas taxas de juros. A taxa de juros de um ativo financeiro é expressa em termos nominais e simplesmente expressa o retorno monetário em termos percentuais de um investimento. O que temos chamado de taxa de juros de fato não avalia a inflação: mais precisamente, é importante distinguir a taxa de juros nominal (que não considera a inflação) da taxa de juros real, ou seja, a taxa que leva em conta das mudanças esperadas no nível de preços (inflação) para refletir com maior precisão o custo real de um empréstimo.

Taxa de juros nominal

Falando de taxas de juros em macroeconomia, é de fundamental importância entender a diferença entre taxa nominal de juros e taxa real de juros, que na prática são, respectivamente, uma taxa teórica e uma taxa líquida de inflação e custos de comissão, seguro, investigação. A equação de Fisher afirma que a taxa de juros nominal i é igual à taxa de juros real mais a taxa de inflação esperada. A taxa de juros nominal é igual a taxa de inflação, ou seja, capital é protegido pelo poder erosivo da inflação se o investimento cresce pelo menos na mesma velocidade que os preços de bens e serviços.

A taxa de juros nominal é dada pela soma da taxa de juros real e da taxa de inflação esperada. É uma medida de retorno igual à razão entre o empréstimo e o Valor nominal do título e é sempre indicada entre as características fundamentais de uma obrigação. É a taxa de juros, incluindo a taxa de inflação.

Taxa de juros real

A taxa de juros real é definida mais precisamente pela equação de Fisher, nomeada em homenagem a Irving Fisher, um dos grandes economistas do século XX. Quando a taxa de juros real é baixa ou negativa, há incentivos significativos para empréstimos e poucas razões para emprestar. A taxa de juros real informa quanto seu capital cresceu em termos de bens e serviços. A taxa de juros real reflete mais precisamente o custo de um empréstimo ou o retorno do dinheiro. A remuneração real é a diferença entre as taxas nominais e as taxas de inflação.

Como calcular a taxa de juros

A fórmula mais utilizada para calcular em uma estima a relação entre a taxa de juros nominal e real sob o efeito da inflação é a equação de Fisher.

Fórmula da taxa de juros (equação de Fisher):

i = r + π
Onde r corresponde a taxa de juros real, C a taxa de juros nominal, e por π a taxa de inflação.

Os Bancos Centrais e as taxas de juros

Existe uma conexão estreita entre a inflação e a taxa de juros, ambas sendo influenciadas pelo estado de bem-estar de um país e sua economia. Por essa razão um dos instrumentos financeiros que os Bancos Centrais mais utilizam como uma forma de regular a inflação ou o seu op´soto, uma deflação, são as taxas de juros. Portanto, podemos dizer que as taxa de juros dos Bancos Centrais possuem um papel extremamente importante para a economia do país. Elas costumam ser definidas de acordo com as políticas monetárias que o banco pretende fazer em concordância com o governo para que seus gastos se mantenham em equilíbrio e para que o “monstro” da inflação possa ser controlada.

A tarefa de manter a inflação sob controle na maioria dos países ao redor do mundo é do Banco Central , que faz isso manipulando a taxa de juros da moeda, ou seu rendimento, ou o custo a ser pago pelo mutuário para devolvê-lo. A inflação é definida como um aumento prolongado e generalizado do nível de preços. Com o apoio de um aumento geral e prolongado dos preços dos bens e serviços incluídos numa cesta de produtos representativos do consumidor da cultura tomada como referência. À medida que a economia cresce, consumidores e empresas individuais gastam mais dinheiro em bens e serviços. Esse fenômeno em sua maior parte gera um enfraquecimento da moeda e uma redução no poder de compra. Para compreendermos como acontece a inflação e o que ela é exatamente, vamos para a parte a seguir.

A taxa de juros e a inflação

Como mencionamos anteriormente, existe uma ligação direta entre a taxa de juros e a inflação ou a hiperinflação. A inflação é frequentemente um indicador do estado de saúde de um país: se a economia é forte e estável, ou crescente, a população terá uma maior disponibilidade de liquidez, tenderá a gastar e, portanto, a circular mais dinheiro do que isso deprecia e eleva os preços. Quando a demanda por bens e serviços excede a oferta, aqueles que produzem bens e serviços aumentam os preços. No caso de uma economia forte e inflação alta, o banco central aumentará as taxas de juros, aumentando assim o custo do dinheiro, desestimulando o acesso ao crédito, circulando, assim, menos moeda e fazendo com que a inflação caia.

A inflação corrói o valor dos retornos de um investimento ao longo do tempo e os investidores provavelmente transferem seus investimentos para outros países ou mercados que têm uma taxa de inflação mais baixa, para extrair maior valor de seus investimentos. No caso de inflação baixa e crise econômica, para estimular a recuperação, o BCE reduzirá as taxas de juros, incentivando investimentos e empréstimos, fazendo circular mais dinheiro e, assim, causando um aumento da inflação. As taxas de juros podem agir como um instrumento para regular os níveis de inflação.