Termos como a inflação ou a hiperinflação são muito comuns no noticiários, principalmente aqueles voltados para temas econômicos e políticos. Mas afinal, o que é hiperinflação? Justamente para responder essa pergunta, e várias outras questões importantes, inerentes a este tema, que decidimos elaborar esse guia.
Então, se você deseja aprender mais sobre o conceito de hiperinflação, quais são as causas deste fenômeno e como ele atua na macroeconomia, dê continuidade a leitura!
A definição de hiperinflação
Em uma definição de hiperinflação mais simplificada, podemos dizer que a hiperinflação é uma inflação fora de controle. É claro que o seu significado é muito mais complexo, e por isto, iremos abordar vários aspectos, que nos ajudam a compreender melhor o que é de fato hiperinflação. O termo hiperinflação, corresponde a uma situação de inflação na economia extremamente elevada, se tornando muito difícil controlá-la. Uma das características mais comuns que ocorre em decorrência da hiperinflação é um aumento contínuo dos valores no mercado.
A hiperinflação é uma espécie de “fase aguda” na inflação. É quando a inflação alcança níveis tão elevados que movimenta o mercado a necessitar de uma compensação em relação ao prejuízo e perda do poder de consumo.
A diferença entre inflação e hiperinflação
Muitas pessoas pensam que os termos “inflação” e “hiperinflação” significam o mesmo, porém isto não é verdade. É muito importante saber diferenciar ambos os fenômenos e compreender as causas de cada um. De fato, a hiperinflação possui uma ligação direta com a inflação, onde o segundo termo é uma versão do primeiro muito mais extrema e fora de controle, como mencionamos acima.
Mas vamos aprender a identificar cada um desses fenômenos corretamente. A inflação baixa possui um processo de elevação dos preços dos produtos e serviços muito mais sutil, onde por vezes o cidadão comum não consegue perceber, e cabe as estatísticas oficiais econômicas do país, aponta o aumento dos preços. Já no caso da hiperinflação, a elevação nos preços é muito mais visível, incluindo para o consumidor, que por vezes não entende muito sobre economia.
Neste fenômeno o aumento nos preços não para, e o valor nominal dos bens de consumo e serviços se tornam cada vez mais altos. O problema é que o aumento no valor não é acompanhado de um aumento da oferta da moeda no mercado, já que a moeda em questão está perdendo valor. E todo esse processo, faz com que o capital que fica circulando no mercado sofra uma diminuição em suas reservas.
Um dado interesse segundo a opinião de muitos especialistas em economia é que, para que uma elevação nos preços dos bens de consumo e serviços possam ser considerada como uma característica de hiperinflação, esse aumento deve ser de pelo menos cinquenta por cento e deve permanecer por pelo menos trinta dias consecutivos.
Conceito de inflação
A inflação, pode ser definida em uma síntese mais simples, como o aumento generalizado dos preços dos bens de consumo e serviços ofertados no mercado local de um país. É quando tudo o que é produzido no país, apresenta uma elevação no preço. Agora vamos pensar que o preço do unidade do pão ficou mais caro, será que esse aumento único de valor no pão, pode ser considerado o resultado de uma inflação? A resposta é não. O aumento de um único produto ou serviço, não pode ser considerado resultado da inflação.Para que uma inflação seja identificada, é necessário existir um aumento no preço dos bens de consumo e serviços, de uma forma geral e não somente unitária.
Quando existe o aumento no preço de somente um produto por exemplo, esse ocorrido pode apontar um problema dentro de um setor em específico. Por exemplo, uma safra escassa, uma dificuldade em sua produção, ou falta de matéria prima dentro do país, que seria necessária para produzir o produto, que em razão disto será produzido em menor quantidade, fazendo com que o seu preço aumente dentro do mercado, já que sua oferta será menor do que a demanda local.
O fato é que, quando os bens de consumo e os serviços se tornam mais caros, a moeda local começa a se desvalorizar, em razão de ir perdendo o seu valor de compra aos poucos. Então, podemos dizer também, que a inflação gera uma desvalorização na moeda doméstica de um país. Desta forma, um cidadão que ganha, por exemplo, R$1000,00 não terá o mesmo poder de compra que tinham a um ano atrás, em razão do aumento do valor dos bens no mercado.
Tanto a inflação, quanto a hiperinflação, são muito negativas para tipos de rendimento como a poupança, já que quando existe um percentual de desvalorização da moeda local, os rendimentos que ficam parados me um banco, sem uma correção devida, que compense, também perde o seu valor.
Uma explicação simples do que é a hiperinflação
Quando uma pessoa vive em um país, no qual o seu dinheiro passa a valor mais todos os anos, isso quer dizer que esta pessoa está em uma economia que passa por um processo de deflação, esse é o caso do Japão. A moeda do Japão, a cada ano vem apresentando uma elevação de seu valor. Mas quando uma pessoa vive em um país, onde ela percebe que conforme os anos vão passando, o valor de seu salário mensal, possui menos poder de compra, isso significa que ela está vivendo em um país com inflação.
Agora, se um cidadão vive em um país, onde seu salário mensal apresenta perda no poder de compra, de uma forma muito acentuada, isto é, os preços dos bens de consumo e serviços, apresentam uma elevação muito exorbitante, isso significa que o seu país está atravessado por uma hiperinflação. Logo, podemos dizer que, o significado da hiperinflação pode ser denominado como uma inflação aguda, e fora de controle, que coloca a economia em um grande risco e desestabiliza os preços dos bens de consumo e dos serviços locais de uma maneira generalizada.
Como a hiperinflação funciona
A macroeconomia é uma ciência de extrema importância para compreendermos a situação econômica não somente do páis em que vivemos, mais o contexto que envolve todo o mundo. Esse ramo da economia classifica a inflação, como um aumento contínuo dos preços, e define a hiperinflação, como uma espécie de inflamação aguda, isto é, um aumento do preço muito superior aos aumentos que ocorrem durante a inflação. Na hiperinflação, os preços dobram ou triplicam de valor. E em consequência deste evento, uma série de outros acontecimentos vem a tona, como por exemplo a desvalorização da moeda local e a perda do poder de compra por parte da população.
A hiperinflação de 2018 por exemplo, que chegou ao seu ápice na Venezuela é resultado de uma série de fatores que a alguns anos vem prejudicando drasticamente o país Latino americano. Esse fenômeno atinge diretamente o padrão de vida de toda a população, pois possui um impacto forte não somente no valor da moeda, mais nos meios de produção, que passaram a ser escassos em razão da falta de capital para investimentos, falta de obra prima, já que tudo se tornará mais caro, fazendo com que o processo de produção passe a ser algo inviável, em razão de seu alto custo.
E mesmo as empresas que resistem e continuam suas produções de bens de consumo ou serviços, não terão clientes que possuam poder de compra para pagar os valores altos referentes aos seus produtos. Nota-se então que a hiperinflação é uma espécie de ciclo vicioso, já que um setor que funciona mal vai afetando o outro setor, que também impacta em outro e assim por diante. É importante ressaltar também, que, a hiperinflação costuma atingir mais as economias que não possuem uma estrutura econômica e financeira firme e estável. países emergentes, por exemplo, ou democracias relativamente novas, como são os casos do Brasil e da Argentina, costumam sofrer com a inflação todos os anos, e também em algum período de sua história, já tiveram que atravessa e buscar a recuperação face a uma hiperinflação.
Os períodos pós primeira e segunda guerra mundial também foram marcados por países devastados por seus inimigos, que tiveram que encarar hiperinflações, com o desafio de controlar a mesma e voltar a ter um crescimento econômico, e desenvolvimento social. Dois exemplos reais de nações arrasadas pela guerra são a Hungria e Iugoslávia. Ambas terminaram a guerra com uma parte de sua população dizimada, com seus campos de produção de alimentos completamente devastados, cidades destruídas, dívidas e uma hiperinflação.
Exemplo 1 de hiperinflação, o caso da Venezuela
Vamos observar o título da notícia que foi publicada pela BBC, no dia 20 de abril de 2019: “Sardinhas em troca de leite em pó: Crise e hiperinflação obrigam venezuelanos a retornar ao escambo”
O título do artigo é muito forte e triste, a Venezuela é um exemplo claro sobre a hiperinflação, para se ter uma idéia, a moeda Venezuelana desvalorizou-se tanto no último ano, que o governo do ditador Nicolás Maduro, imprimiu mais de mais de 1.000.000% até ao final de 2018. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, a maior pot^ncia do mundo, através Fed (Sistema de Bancos Centrais Norte-americano) nunca apresentou um aumento da produção de inheiro anual tão elevada, como a Venezuela vem fazendo nos últimos vinte anos, e no ano de 2018 esse índice foi ainda mais assustador.
A causa da hiperinflação na Venezuela, está diretamente ligada aos problemas de má administração, corrupção e crise política instaurada no país. Atualmente boa parte dos Venezuelanos, têm que realizar trocas, para conseguir ter acesso aos alimentos mais básicos, pois a sua moeda passou a não ter valor algum. A desvalorização do dinheiro é tamanha, que muito moradores do país, afirma que com o dinheiro em mãos, não é possível comprar nem mesmo uma colher de trigo.
As profissões como a de pescador, prejudicam drasticamente. Isto em razão do valor do combustível para uma embarcação, ter se tornado tão caro, que é praticamente impossível abastecer todos os dias, para pode ir ao mar realizar as pescas. Outra questão importante é que a população não possui também poder de compra básico para conseguir comprar os peixes, que poderiam ser comercializados, em razão da desvalorização extrema de sua moeda.
Há alguns economistas que tentam fazer análises com um grande desconhecimento da economia, em particular da realidade venezuelana, tendo escrito que a situação hiperinflacionária que existe atualmente na Venezuela, que é extremamente complexa, é determinada pela dependência das exportações de petróleo, e também da alta dependência de importações de bens essenciais.
Segundo esses economistas, diante da queda do preço do petróleo e consequentemente a queda das exportações, o país entrou em um déficit na balança de pagamentos que acaba por gerar uma desvalorização da moeda do país Sul-americano, aumenta ainda mais a hiperinflação que assombra a Venezuela. Comprar bens de consumo ou serviços importados se tornou completamente inviável na Venezuela, pois os Venezuelanos não possuem nem dinheiro suficiente para comprar tudo o que precisam para sobreviver, na maioria dos casos, imagina comprar importados, é uma situação realmente fora de controle.
Exemplo 2 de hiperinflação, o caso da Alemanha de Weimar
DE 1921 até 1931 a Alemanha passou por um episódio de hiperinflação, e o evento se deu em razão de uma má escolha, por parte de seu governo. O então líder, em uma tentativa de satisfazer seus eleitos, aos quais o colocaram no poder da república alemã, emitiu mais dinheiro dentro do país, fazendo com que o dinheiro local começasse a apresentar uma grande desvalorização.
A república de Weimar foi marcada por um empréstimo que o governo alemão solicitou ao seu Banco Central, no entanto este, decidiu imprimir mais capital, fazendo com que passasse a ter mais oferta de dinheiro no mercado, do que a sua real demanda. Além do mais, o país já vinha apresentando uma desvalorização de seu dinheiro em razão de muitas guerras e do período pós ouro alemão. Com o acontecimento da primeira guerra mundial, o país passou por uma hiperinflação ainda mais acentuado, e o valor que captava de impostos era extremamente inferior a sua necessidade.
Exemplo 3 de hiperinflação, o caso do Brasil
O Brasil também pode ser considerado mais um exemplo de hiperinflação, porém com o final razoavelmente positivo. Fazem mais de vinte cinco anos, que o país se tornou livre da hiperinflação, já que desde a criação do plano real (atual moeda brasileira) a nação vem apresentado uma recuperação contínua. Mas, apesar deste acontecimento positivo, o país ainda atravessa por inflação e tem sido desafiado todos os anos a buscar meios de diminuir as taxas de inflação, a fim de estabilizar seus níveis e promover um melhor crescimento económico.
Vale lembrar que até o Brasil, conseguir acabar com a hiperinflação, muitos planos mal sucedidos ocorreram, como foi o terrível caso do plano Collor, onde o presidente resolveu congelar as poupanças do país, deixando a população desesperado. Para se ter uma idéia, muitas pessoas se suicidaram, em razão dos prejuízos que tiveram que arcar.
Também é importante destacar que, o plano Collor (que leva o sobrenome do então presidente, Fernando Collor, que sofreu um impeachment), assim como os demais planos que foram implementados, sem sucesso, visavam congelar os preços dos bens de consumo e serviços, sem levar em consideração, a real causa do problema, que está ligada diretamente aos déficits nos gastos públicos.
Foi somente então que, em 1994, a hiperinflação deixou de existir no Brasil, através do plano Real, implementado pelo então presidente, eleito por duas vezes, Fernando Henrique Cardoso. mas o Brasil e a Venezuela não são casos isolados de hiperinflação na América Latina, já que este problema afetou vários países do continente, como explicaremos a seguir.
Exemplo 4 de hiperinflação, o caso da Argentina
A Argentina, assim como o Brasil, teve vários governos militares, que realizaram uma série de experimentos econômicos, que resultaram em consequências muito negativas para sua situação financeira. As influências vindas da filosofia protecionista do economista Argentino Raúl Prebisch só aumentaram a crise econômica no país. Existiu inclusive a criação de uma nova moeda, nomeada de “astral”. Dentro do novo plano que resultou na moeda, houve uma série de políticas públicas com o objetivo de congelar os preços dos bens de consumo, em especial a cesta básica. Mas ao invés de solucionar o problema real, as políticas só amenizaram a situação por um curto período de tempo, já que em seguido, tudo voltou ao mesmo de antes.
Nas décadas seguintes, em razão do poder indústrial limitado, da falta de desenvolvimento do setor, e das inúmeras dívidas, a Argentina teve que pegar um valor alto emprestado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) .
Existe uma corrente na economia por parte de alguns economistas, que defendem que a América do Sul teria muito a ganhar, caso adotasse o dólar como sua moeda. Esse ponto de vista costuma utilizar exemplos positivos de economias que optaram pelo dólar, como foi o caso do Panamá.
Exemplo 6 de hiperinflação, o caso do Peru
O caso de hiperinflação do Peru é até os dias de hoje, considerado um dos casos de maior repercussão. Foi no decorrer do governo de Alan garcia, no início da década de noventa que o país atravessou, pelo que é deduzido até hoje, como a maior hiperinflação da América do Sul.
Um dos erros mais frequentes que muitas nações cometem diante a uma hiperinflação é o congelamento dos preços, comos e essa medida por si só fosse resolver a questão, porém essa definitivamente não é a raiz do problema. Além do mais, emitir mais dinheiro não soluciona esse fenômeno, ao contrário, apenas contribui para a desvalorização da moeda do país como um todo, e enfraquece a sua economia, tanto nacionalmente, quanto no comércio internacional. O déficit fiscal não deve ser custeado através da emissão de mais dinheiro e isso deve ficar claro.
Exemplo 7 de hiperinflação, o caso da Bolívia
A Bolívia, assim como muitos países Sul-americanos possui uma história de trajetória com inúmeras tentativas de desenvolver de uma forma mais saudável e estável a economia como um todo. Também, não tão diferente de seus vizinhos, o país possui uma fonte enorme de recursos naturais, o que lhe favorece, mas também não impede a nação de depender de fontes estrangeiras de demanda e financiamento de sua economia. Em razão desses fatos, a Bolívia acumulou uma dívida externa muito alta.
E em razão dessa crise, uma hiperinflação foi gerada, e o país, na tentativa de conter esse fenômeno tão indesejado, começou a implementar políticas que desregulam a economia. O país passou então a receber ainda mais investimentos de fora, com o intuito de obter um maior desenvolvimento industrial e de outros setores essenciais. Mas todos os investimentos não foram capaz de garantir ao país uma economia estável, ou um crescimento sadio, que distribui a renda igualmente entre a população, ao contrário.
A hiperinflação gerada pela crise na Grécia
Quem acompanha os noticiários já deve ter lido algo a respeito da crise que a Grécia vem atravessando nos últimos anos. Mas é importante lembrar que, seu maior desafio econômico e político, foi no período pós segunda guerra mundial. A Grécia sofre muito com os ataques alemães, inclusive teve campos de produção de commodities extremamente arrasados na guerra, e perdeu grande parte de seu potencial de produção de alimentos e outros bens necessários para sobrevivência.
Em razão disto, ela começou a atravessar também um período de grande inflação e mesmo ao fim da guerra, a Alemanha ainda tinha forte impacto em sua economia, que de uma certa forma era escrava do país. Em meados dos anos quarenta, a Grécia chegou a ter um aumento diário inflacionário de dezessete por cento, fazendo com que os bens de consumo passassem à custar o dobro de seu valor original, em menos de uma semana.
O Zimbábue, com uma das maiores taxas de hiperinflação do mundo
O país é um dos países africanos com o maior nível de hiperinflação, para se ter uma ideia da gravidade da hiperinflação do país, ele chegou a ter uma nota com valor de 100 trilhões na tentativa de lutar contra a inflação aguda que o assola. O país surpreendeu a muitos, já que um dia já foi considerado uma das economistas mais positiva e com chances de crescimento de seu continente. Umas das causas da hiperinflação é o aumento contínuo dos preços dos bens e serviços de forma extrema, que faz parte de um processo maior.
Agora, se a classe média, sofre e passa a não tem mais o poder de compra que possuía antes, imagina a classe mais pobre, essa de fato sofre, e sofre para sobreviver, para ter acesso aos alimentos mais básicos. A cesta básica se tornou tão cara, que os preços beiram o surrealismo, de tão elevados e fora da realidade.
Uma solução preventiva para a hiperinflação
Gastar mais do que se possui em caixa ou em saldo é sempre um erro, e um dia, sem sombra de dúvidas, a conta vem e precisa ser paga. A emissão de notas nunca deve ser utilizada como política para quitar dívidas fiscais, pois essa não é a solução real para o problema. Os Banco Centrais dos países, precisam proteger sua independência e potencialização, dessa forma suas políticas visam somente a estabilidade da economia e não um ponto de vista que favorece o lado “A” ou “B”.
É claro que cada país possui uma realidade diferente, não podemos comparar por exemplo,a situação do Brasil e a da Argentina, com a realidade atual da Venezuela. A Venezuela é marcada por uma escassez extrema, em razão da crise política instalada no país, que tem como preocupação maior, a manutenção do poder político e não a recuperação econômica real do país, ou a reconstrução social como um todo.
As causas mais comuns que comentam a hiperinflação
Existem muito fatores que podem gerar uma hiperinflação, e tudo vai depender, é claro, do contexto em que o país está inserido, de sua trajetória social, política e economia, bem como suas fontes externas e internas de investimentos, recursos naturais e etc.
Muitas nações têm um alto índice de inflação ou até mesmo, uma hiperinflação, em razão dos altos gastos que teve que custear, que estão relacionados ao setor público, principalmente os países que passaram por regimes sucessivos e governos militares. Outro fator relevante que costuma ser uma das causas da hiperinflação é um endividamento externo. Nações que costumam tentar pagar suas dívidas fiscais através da emissão de mais notas, também podem produzir uma hiperinflação.
A crise mundial, em sombra de dúvida, também serve como um elemento agravador das infrações, onde o preço de vários ativos importantes sofre grande alta, prejudicando ainda mais, os países que dependem desses ativos e que passam por uma inflação. A recessão econômica também pode ser considerada uma das consequências da hiperinflação.
Como o governo pode interferir para tentar amenizar e ter controle sobre a hiperinflação
Uma hiperinflação definida é marcada pelo aumento no valor dos produtos serviços, e esse aumento deve ser de no mínimo o dobro de seu preço original. A hiperinflação é uma espécie de inflação que alcança um grau completamente acima do adequado. Mas a hiperinflação costuma atingir somente países que possuem uma estrutura econômica defeituosa e limitada, onde o mercado acaba comercializando produtos e serviços com preços exorbitantes e muito distintos de seu valor original.
Quando a economia de um país atravessa por uma inflamação aguda, os preços ficam tão altos que o salário mensal de um cidadão gasto de uma forma muito rápida, e não compre nem a metade das despesas do mês. Mas qual é o motivo que faz com que o mercado aumente os valores tão rapidamente? A resposta é mais simples do que pensamos. O mercado fica temeroso em relação ao dinheiro, deduzindo previamente que o dinheiro perde valor, e em razão disto aumenta os preços. Outros comerciantes tentam ganhar vantagens em cima da falta de estabilidade da economia local.
Um dos recursos que o governo pode utilizar para controlar a hiperinflação é através de planos de aperto fiscal monetário, isto é, a economia nos gastos públicos, e taxas de impostos mais altas e juros mais elevados.
Características que definem uma hiperinflação
O crescimento contínuo dos preços costuma acontecer com uma taxa de mais de vinte por cento ao ano. Nos casos de hiperinflação, o aumento dos preços pode ser caracterizado por taxas de crescimento de dois ou mais números em uma base mensal e às vezes até semanalmente. A hiperinflação é também conhecida como inflação aguda. Os períodos de hiperinflação são caracterizados por uma forte incerteza e instabilidade do sistema econômico e são uma das conseqüências mais óbvias da grave crise econômica de um sistema econômico.
Quando um país atravessa por um processo de hiperinflação, a velocidade de circulação do dinheiro aumenta muito, o aumento contínuo dos preços reduz o valor real do dinheiro, fazendo com que investidores se retirem do país e busquem por outras moedas mais estáveis e que lhe ofereçam segurança. Provavelmente uma das características da hiperinflação de maior destaca, é a super desvalorização da moeda. Nas fases mais graves da hiperinflação, muitas trocas econômicas são realizadas com moeda estrangeira ou através de escambo.
Hiperinflação, Inflação versus deflação
Como vimos anteriormente, ao longo deste artigo, a inflação é um desequilíbrio na economia, que resulta no aumento generalizado dos preços dos bens de consumo e serviços ofertados no mercado. Enquanto que a hiperinflação é uma inflação, se assim podemos dizer, porém em um nível muito mais acentuado e dramático, onde os preços dos produtos e serviços a cada quatro dias em média, dobram de valor.
Fazendo com que a moeda local também perca valor, assim como ocorre na inflação, com a diferença que a perda do valor na hiperinflação ocorre em uma velocidade muito mais rápida, fazendo com que a população, muita das vezes, tenha que recorrer a modos de troca de produtos e bens de consumo bastante primitivas, como é o caso do escambo, que vem acontecendo na Venezuela.
A inflação é um fenômeno muito mais comum, e é importante ressaltar que, ela pode inclusive ser positiva para a economia, desde que seu percentual não seja muito alto, o ideal seria com valores entre 3% a 4% ao ano. A Hiperinflação já ocorreu várias vezes em diversos países, ao longo da história, mas ainda é menos comum ocorrer, se comparado com a inflação.Mas podemos dizer que a inflação e a hiperinflação são fenômenos que têm a mesma origem econômica.
Já a deflação, é um evento muito mais raro de ser encontrado ou de acontecer. A deflação vai na contramão dos fenômenos que abordamos anteriormente. Muitas pessoas se enganam e pensam que a mesma é apenas uma supervalorização da moeda local, que gera mais crescimento econômico, desenvolvimento social e da indústria. Acreditam que a deflação favorece a economia como um todo, potencializa o poder de produção das empresas, que terão um mercado local super ativo para vender seus produtos. E quando ocorre esse fenômeno, geralmente a população tem mais poder de compra em mãos, isto é, o seu dinheiro vale mais, portanto é possível comprar mais bens de consumo e contratar serviços.
É importante destacar que na deflação, as empresas por vezes não conseguem vender seus produtos, e por essa razão, são obrigadas a baixar os preços, e em função disto o dinheiro passa a valer mais, já que os preços dos bens de consumo se tornam menores. Mas o processo de delação costuma ser gerado e intensificado em razão da falta de oferta de dinheiro local. Pois o dinheiro passa a não circular apropriadamente no mercado, em razão dos juros elevados e da falta de acesso ao crédito. As empresas por sua vez, ficam sem ter como investir em seus processos, fazendo com que a economia comece a tornar fraca aos poucos, criando um retrocesso econômico e social.
Como evitar a hiperinflação
Um dos maiores motivos que contribuem para produzir uma inflação, e em seguida uma hiperinflação, é o descontrole em relação aos gastos públicos. Pois a verdade é que a máquina estatal gasta muito, uma república não custa barato, sua manutenção é muito cara. Quando mais um governo poupa, isto é, economia e não gasta com elementos desnecessários, ele está contribuindo para a própria economia e o setor financeiro do país.
O problema não é somente o quanto custa para manter a máquina pública, a questão em si é os meios que são utilizados para que as contas sejam pagas. Normalmente os governos recorrem a empréstimos altos no exterior, e emitem uma quantidade maior de notas para arcar com suas despesas, e é nesse processo que mora o perigo. Ou seja, quando um governo gasta demais e injeta uma quantidade muito elevada de dinheiro dentro de sua economia, a moeda do país perde valor.
Economizar e criar planos que fazem o controle dos gastos é uma ótima prevenção contra a inflação e a hiperinflação.
Exemplo prático no que ocorre no mercado quando há uma hiperinflação
Vamos supor que: O governo, com o objetivo de arcar com seus altos gastos, emite mais dinheiro. Logo as pessoas que ganhavam “X”, passaram a ter mais dinheiro em mãos,e consequentemente, buscaram comprar e contratar mais bens de consumo e serviços. Então o que acontece é que, como a demanda será maior, os comerciantes irão aumentar os preços, em razão da pouca oferta. Vamos pensar pelo ponto de vista de um empresário ou comerciante que possui um mercado, se seus clientes estão consumindo mais por tem mais dinheiro em mãos, o que você como dono de um estabelecimento, irá fazer para obter mais lucro? Aumentar os preços.
A lei da demanda é muito simples, quanto maior for a demanda pelos produtos e serviços, mais altos se tornaram os seus preços. Mas esse círculo é muito mais complexo e abrange muitos outros fatores. Por exemplo, conforme a moeda perde valor, os funcionários reivindicam melhores salários. Os comerciantes por sua vez, terão que aumentar os preços dos produtos mais uma vez, já que agora, a sua mão de obra está custando mais caro. Ou seja, tudo vai contribuir para um aumento generalizado nos preços finais dos produtos e serviços, disponíveis no mercado local. A repetição aguda desse ciclo vicioso é o que gera a hiperinflação.
Como resolver o problema da hiperinflação
Um dos erros mais comuns que diversos governos já cometeram ao tentar acabar com a hiperinflação, é remediar os sintomas, ao invés de atacar de fato a raiz do problema. O ex presidente brasileiro, por exemplo, José Sarney, pensou da seguinte forma: “Os preços no mercado só ficam mais caros se as empresa assim o fizerem. Então vamos proibir o aumento dos preços”.
Esse raciocínio não só não deu certo, como levou várias companhias a falência, enfraquecendo ainda mais, uma economia que já estava fora de controle. Além do mais, essa ação, fez com que os produtos simplesmente parassem de ser produzido ou foram produzido em uma quantidade muito inferior à demanda real da sociedade consumista. Dessa tentativa, percebemos que a pergunta sobre “Como resolver a hiperinflação” muitas vezes foi mal compreendida, através de soluções que não atacavam seu problema real. Pois congelar os preços gera uma paralisação da economia e não equilibra de nenhuma forma as contas do país.
O plano Collor no Brasil e a tentativa de controlar a Hiperinflação
O plano Collor, foi um caso legítimo de plano mirabolante e completamente descabido. O presidente, juntamente com sua então ministra, pensou da seguinte forma: “Se o problema da hiperinflação é gerado em razão do excesso de dinheiro circulando no mercado, então vamos retirar todo o capital que podermos de circulação.”
Mas não satisfeito, o presidente também pensou que as contas eram um grande problema, que só aumentavam os níveis da hiperinflação, então com base nisto ele confiscou as poupanças dos brasileiros, no que ficou conhecido como “plano Collor”. O que ocorreu de fato, foi que, todas as pessoas que possuíam o equivalente a cinquenta mil cruzeiros (moeda brasileira da época) em conta corrente e poupança teve oitenta por cento confiscado. Cinquenta mil cruzeiros nos dias de hoje, valeriam cerca de nove mil reais.
O impacto desse plano implementado pela então Ministra da Fazenda, Zélia Cardoso, que também era prima do então presidente Fernando Collor, foi tão drástico que a população como um todo ficou completamente contra o governo, ou inclusive casos de suicídios d e pessoas que tiveram seu capital confiscado, foi um período realmente conturbado da jovem república brasileira. A crise política foi tão forte, que o então presidente Fernando Collor sofreu impeachment, perdendo assim o posto de presidente.
A solução para a hiperinflação no Brasil, veio através do então presidente Itamar Franco. Parece que este governo compreender o real conceito de hiperinflação. O processo para solucionar esse problema foi bastante completo, e não foi do dia para a noite, pois a hiperinflação envolvia uma série de fatores, que precisavam ser ajustados no país. Mas o fato é que, o governo colocou ordem nas contas públicas, economizou e procurou pagar as dívidas mais acessíveis. Também foi implementado uma política monetária de aumento da taxa de juros e dos impostos. Esses ajustes, alinhados a corte nos gastos públicos ajudaram muito a controlar os níveis de hiperinflação da época, e mais do que isto, atraiu novos investidores estrangeiros para o país.